terça-feira, 5 de julho de 2011

Salvador Antoninho Nkamate, grande amigo ativista nos direitos humanos em Moçambique


                                            Salvador Antoninho Nkamate


Salvador Antoninho Nkamate é  advogado moçambicano, atua na defesa da sociedade na Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, entrou no curso de direito com o intuito de ser promotor de justiça, no entanto, percebeu que para seus anseios seria mais efetivo atuar na sociedade civil, foi quando começou a trabalhar na Liga e atua até hoje.
  No ano de 2009 morou no Brasil, onde fez especialização na PUCSP e estagiou na Conectas Direitos Humanos.
  A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), é uma organização civil que atua na defesa dos dos Direitos Humanos em Moçambique por meio da  advocacia, educação cívica, monitoria e assistência jurídica aonde quer que exista abandono institucional. É uma instituição sem fins lucrativos que sobrevive por meio de doações de pessoas solidárias.
                                            

             Salvador falou sobre suas experiências em atuar na Liga, possibilidade de atuar na política e conselhos a quem segue no caminho do ativismo:

 - A liga enfrenta algum tipo de desafio com o governo ou com a sociedade civil?
Salvador   Com o Governo o principal desafio é a liga poder  ser  vista como uma organização parceira para realização do bem comum e não como oposição política. Com a sociedade civil é vencer os egos de cada organização e trabalhar em parceria.
Atualmente, tenho o desafio junto dos meus colegas de tornar a liga numa organização com uma maior inserção no sistema internacional de direitos humanos

- Como foi sua experiência no Brasil?
 Salvador - A experiência no Brasil foi muito enriquecedora. O estagio que efetuei na Conectas Direitos Humanos foi determinante para o trabalho que hoje desenvolvo.

 - Qual seu sentimento em relação aos países de 1° mundo desperdiçarem trilhões de dólares em guerras e o fato de não implementarem políticas publicas realmente eficazes em países de 3° mundo?
Salvador - Lamentável. Contudo, acho os lideres políticos nos países da periferia, sobretudo em África, tem um grande contributo nesta catástrofe que se assiste.

                                  Maputo - capital Moçambicana
     

- Você tem interesse em entrar para a política? Se tivesse o que faria em primeiro plano?
Salvador - Não sei se seria Política. Mas, ainda mantenho o sonho de um dia ser Procurador (promotor). Eu tenho uma grande paixão pelo direito criminal, gostaria de um dia poder influenciar o sistema com uma visão diferente da ideologia do inimigo que hoje se assiste no sistema penal moçambicano.

Qual sua mensagem para as pessoas que seguem pelo caminho do ativismo nos direitos humanos?
Salvador - Muita determinação e persistência. Acho que não temos muito a ensinar. Mas, durante o tempo que estive em experiência no Brasil, achei que as pessoas eram muito cada um por si.

-  Fale um pouco sobre o que o Brasil tem a aprender com Moçambique?
 Salvador - Acho que se conseguíssemos transmitir a nossa cultura de compartilhar, bens, problemas, etc para o povo brasileiro seria muito bom.


                   Crianças brincando em Milange na província de  Zambézia - Moçambique

Em São Paulo

Conheçam o trabalho da liga, visitem: http://www.ldh.org.mz/